terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Um filme, várias descobertas.

Tenho vários filmes do coração. Aqueles que pesquiso, comento, indico. E esse tem uma história peculiar. ( Pode conter spoiler)
A primeira música que aprendi em inglês foi How Deep is Your Love dos Bee Gees. Gosto de escutar, tem toda uma nostalgia de tempos de infância e acho a letra linda.
Anos mais tarde descobri que fazia parte da trilha do filme Os Embalos de Sábado á Noite e fiquei curioso para conferir a historia. Na época não  tinha internet e na locadora do bairro não tinha a fita! 
Então o tempo foi passando e um dia na casa da minha irmã, zapeando de canal vi que estava passando um documentário sobre o filme. Adorei os bastidores, o brilho, a energia da história e da produção. O drama pessoal do John Travolta e tudo mais. Precisava ver esse filme.
Sempre tive a imagem dele de alegria, descontração, balada, diversão. Algo libertador que fosse encher de energia e ânimo. Algo que pudesse me passar um retrato da geração dos anos 70.
Então um belo dia, no sebo onde compro filmes e livros, fim de ano, fui levar o presente das meninas que trabalham lá. E elas me deram um vale-sebo. Fiquei tão feliz.
Fui olhando, pensando em tudo que queria. Quando chego na sessão de filmes enxergo de longe! DVD Especial do filme. Sai, literalmente correndo e garanti. Enfim ia conferir esse clássico.
Esperei até o sábado e resolvi conferir. Fiz pipoca, comprei cerveja, chocolate. Sessão de cinema especial. Merecia depois de tanta espera né?
Quando o filme acabou... Que choque!


Era muito mais maravilhoso do que eu podia imaginar. Tinha tudo e muito mais sobre os anos 70. Tinha música, animação, discoteca. Mas acima de tudo tinha o clima de uma geração que, após anos de festa precisava de um rumo. De um clima meio pesado de fim de década, de não saber o que ia vir. De pessoas que se desiludiam e ficavam sem rumo.

Era um baita de um drama na verdade. Creio que todos nós temos momentos de Tony Manero. De curtir , aproveitar, mas chega uma hora que temos que fazer escolhas. E isso é tudo muito difícil, complicado. Ao optar por uma coisa, vamos abrir mão de outra e teremos responsabilidades. E nem sempre o amor é nossa salvação, muitas vezes nem era amor. Era encantamento, A realidade bate na nossa cara, enxergamos por nossos próprios olhos, como a vida pode ser maravilhosa e cruel. Que perdas fazem parte e que, infelizmente algumas coisas, realmente não tem volta. De que é preciso suar muito, para valorizar nossas conquistas e que muitas vezes, o caminho importa mais que a vitória.
De que o mundo é maravilhoso, mas algumas pessoas são preconceituosas e maldosas.
E de que nunca podemos esquecer de nos divertir, rir, dançar!

É amigos leitores, um filme provoca tantas reações em mim. Ainda mais um tão maravilhoso como esse. Que retrata uma geração, mas nunca deixa de ser atual.

O cinema é atemporal sempre nos ensina algo. E valeu a pena, vi o filme no momento certo. Aquele momento em que a gente se da conta de que a vida está passando e apesar de ter ainda muito tempo, precisamos fazer algo de bom para melhorar o mundo, ajudar as pessoas.

To tentando e espero estar conseguindo :)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Preciso dizer que te amo.

Querida Fran!!

Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam.
Clarice Lispector
Vim aqui pensando em escrever algo sobre as músicas de filmes que me marcaram. E então como tenho feito muito ultimamente, mudei de ideia. E sem medo. E com vontade.
Precisamos as vezes de tempo. De tempo pra pensar, pra silenciar, pra observar. Pra reciclar, amadurecer, desapegar. Pra crescer.

Mas chegou o dia, você tem merecido esse tributo há tempo. Uns quase 15 anos. De idas, vindas, reencontros e muitas trocas. Acima de tudo aprendizado. Com amor.
Eu consigo pensar em amor em várias esferas e dimensões. O nosso é tão fofo, tão cheio de confidências. Cigarros. Acima de tudo, livros. Que por destino, nos uniram e sempre nos unem. A quais tantos amamos.
Você tem elementos de poesia. A beleza, a singularidade. Um pouco de crônica, porque é impossível conversar contigo e não parar para pensar. Um pensamento tão profundo, em que descobrimos tanto da gente .
Um pouco de romance, porque torna a vida sempre tão bela. De comédia, porque teu riso é tão sincero, doce, preenche tantas lacunas. Um pouco de épico pela tua elegância, na maneira com que respeita e age com os outros.
Muito almodovariana, cheia de cores, amores e reviravoltas. Um pouco de Bergman, porque conforme vamos conhecendo, queremos mais e mais. Não no sentido tóxico, de vicio e sim no sentido de profundidade, descoberta. E porque não um pouco de Woody Allen, pela inteligência e humildade. E Tarantino, pela quantidade de referências.

Gosta de cerveja, gosta de cachorro, gosta de descobrir, de instigar. Somos tão parecidos, almas gêmeas culturais.

Acima de tudo diz o que quero ouvir e principalmente o que eu não quero mais preciso. E sem rodeios. Você ouve, não julga e as vezes não fala. Mas olha, ama e tá do lado. Tem sido meu primeiro bom dia.

Uma mulher guerreira, surpreendente e corajosa. Alguém que não cansa. Alvo preferido dos meus presentes. Como não entrar numa livraria , num sebo e não lembrar de você?
E tinha que ser Cazuza o titulo dessa carta. Ele fala de amor como poucos. Ele entende como poucos. Como você.
Obrigado por tudo. Pela atenção desde o inicio. Pelo sorriso. Por estar presente. Por me aguentar.

Um desejo: que todos tenham alguém como você. Eu já tenho a sorte grande.

Com amor!