quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Dois filmes, por Luiz Fernando

Oi gente!

Hoje o meu querido amigo Luiz Fernando, dá duas dicas de filmes pra gente, direto de Patrocínio - Minas Gerais!
Obrigado Luiz!

Vamos conferir?

Forrest Gump

Esses tempos eu assisti Forrest Gump (Você deve estar perplexo, se perguntando: ''você nunca tinha visto Forrest Gump?")
Você chegou ao ponto, eu quero falar sobre Forrest Gump, para que ninguém mais continue sem ver essa obra.
Vamos lá...
Ontem assistindo Forrest Gump eu descobri que o simples é bonito, e que viver é uma mistura de seguir um destino e estar a deriva em uma brisa.
Aprendi que você pode participar de grandes coisas na sua vida, de grandes feitos, ganhar grandes honras. Mas no fim o que vai te alimentar são os sentimentos que você criou por outras pessoas.

É incrível como Forrest Gump mostra a força do amor delicadamente. Ele não grita no seu ouvido ''OLHA ISSO É AMOR''. Está ali sempre presente no filme diversas formas de amor escondida atrás de grandes feitos como guerras, conhecer o presidente de um país e sobreviver a furacão.
Forrest é um contador de história (Tom Hanks), e ele me ensinou:
''Idiota é quem faz idiotice''
''Corra até cansar''
''O simples é mais sincero''
Se você leu até aqui, espero que crie coragem e assista ''Forrest Gump (1994)''
Devo acrescentar que: chorei igual menino quando perde a mãe no meio da multidão.


The Imitation Game [Jogo Da Imitação]

As vezes você só está com a ideia de ver algo, senta no sofá despreocupado com o que vai ver, ou com o que procura. Você está assistindo especificamente algum filme por motivos simples como ‘’um amigo me indicou’’, ‘’eu gostei do poster’’ ou ‘’foi o primeiro que achei’’. Foi especificamente o que aconteceu comigo quando decidi ver O Jogo da Imitação. Não demorou muito para perceber que não ia ser só mais um filme que passaria despercebido por mim. Começando pelas carinhas que começaram a aparecer. 

ORRAAA! Me ajeitei melhor no sofá, como se estivesse me sentindo mal por estar desleixado em frente a essas celebridades da atuação! OK! Tenho que prestar atenção! Benedict Cumberbatch da vida a um matemático(Alan Turing) totalmente focado no trabalho com grandes problemas no relacionamento, e de viver em sociedade. Sua missão no filme é criar uma máquina que conseguisse descriptografar todas as mensagens da máquina ENIGMA. Enigma é uma máquina criada para criptografar mensagens de guerra! Quando eu falo de guerra quero dizer guerra mesmo, contra o maldito HITLER. A vida do matemático está intrínseca a dois dramas, conseguir criar a máquina a tempo de ganhar a guerra, e aprender a trabalhar em equipe entendendo as pessoas.


O Filme é baseado no livro “Alan Turing: The Enigma”, escrito por Andrew Hodges
Gostei muito do que o filme me ofereceu, os dramas do matemático e sua equipe são dignos de te segurar no sofá pelo tempo que o filme pretender se alongar. A atuação do Benedict Cumberbatch está realmente sensacional, e a maneira como o filme ocorre oscilando entre passado e futuro deixa tudo bem didático e facilita sua compreensão. Para mim um excelente filme! Jogo da imitação deixa claro que conviver em grupo foge de qualquer norma, e que não existe uma regra para tal ação. As pessoas nem sempre são o que demonstram ser ou falam o que realmente querem. Alan Turing também guarda outro segredo pessoal (que não vou mencionar para deixar o texto livre de spoilers) que acrescenta muito a um debate que vem ocorrendo com frequência na internet e na vida das pessoas. (você vai sacar)



segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Livros, filmes e pessoas.

Oi gente

Ando sumido do blog. Tempo meio corrido, vida agitada.
Mas prometo ser mais presente.
Hoje vou falar de tudo que andou rolando nos últimos tempos.

·         Meu clube do livro está cada dia melhor. O primeiro livro que lemos em conjunto foi O Diário de Anne Frank e o encontro para discutirmos foi delicioso, cheio de trocas, emoção e diversão. Salve Anne!

·         Desapeguei mais três livros pela cidade. A Procura de Mrs. Goodbar, Love Story e Perdas e Ganhos. Estou adorando fazer isso, a possibilidade de livros que tanto me ensinaram estarem por ai, circulando, conquistando novos leitores.

·         Dicas de documentários: Para Sempre Teu Caio F.  Um mergulho na vida de um dos meus escritores preferidos, muito bem produzido e cheio de curiosidades sobre ele. Também vi Love Marilyn, sobre a diva loira Marilyn Monroe. Esse me emocionou por juntar fatos da vida dela, com narrações de seus escritos que revelam uma alma atormentada e cheia de amor para distribuir.

Filme:

Que Horas Ela Volta?
Desde que vi Eu, Tu, Eles sempre achei que Regina Casé deveria se dedicar mais a atuação. Ela faz a gente esquecer-se da apresentadora famosa e mergulhamos a fundo em seus personagens.
Aqui não é diferente, Sentimos muita vontade de abraçar sua Val.
Mas pra mim, o filme é sobre a trajetória de Jéssica, que 
representa o Brasil.
O filme toca nessa ferida exposta, nessa herança escravocrata, a diferença entre as classes sociais do nosso imenso país.
Há quem vai gostar dela e há quem vai achar ela arrogante ou ofensiva.
Quanto ela entra em cena, nesse mundo burguês, deixa a mostra esse machucado, essa inflamação que representa as camadas sociais.
Pra mim Jéssica representa a mudança, o crescimento. O Brasil em que hoje eu, pobre consegui fazer uma faculdade. Em que a madame é obrigada a pagar direito trabalhista as mulheres que não podem ser tratadas como escravas sem direitos.
Assim como final do filme, que nos deixa como uma ponta de dúvida o recado fica claro. Apesar de todas as crises, de todos os problemas , estamos avançando, melhorando e dando acesso a todos para um Brasil melhor. Pode demorar, mas começou.

Livros :
Eliane Brum! Que mulher!
Sua habilidade com as palavras foi a minha melhor descoberta literária desse ano.
Meus Desacontecimentos, uma volta à infância, as dores e as descobertas. Um livro denso, emocionante e que nos permite entender como podemos ser salvos através das palavras.
Uma Duas, como o mesmo anuncia, sangra! Machuca, expõe e deixa um amargo, um desespero no intimo. Existem poucos livros que fazem a dor provocar uma imensa paixão pela sua leitura.
Apenas digo. Leiam!

Pessoas:

Esses dias comentei em meu facebook (em breve posto um texto sobre isso aqui) como a internet nos possibilita conhecer gente maravilhosa de toda a parte do mundo
Hoje 28/09, é aniversário de um desses caras piadistas, sempre de bom humor e que espalha alegria pelas suas redes sociais.
Uma pessoa inteligente, esperta, simpática, sempre pronta pra ajudar e pra conversar.
Um cara curioso que gosta de ler de tudo (De Marx a Clube da Luta) e que tem um caminho maravilhoso a sua frente, pois pessoas humildes, que perguntam e que querem saber mais tem a dádiva de nunca se conformar e sempre melhorar.
Um rapaz que eu admiro e sou muito feliz em ter como amigo. Que eu desejo muitas felicidades, saúde, amor, e que na cidade dele abra logo um MC e um cinema.
Adoro quando amigos fazem aniversário, significa que temos o privilégio de termos acompanhado mais um ano de evolução de alguém que faz parte da vida da gente, mesmo que distante fisicamente!
Meu querido Luiz Fernando! Que sua vida só evolua, e que a cada dia mais você espalhe sua alegria e que realize todos os seus sonhos!


Bom pessoal, hoje é isso!

Prometo não demorar muito  a voltar aqui!

Beijos!



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Desapegando livros (2)

Olá gente!

“Uma garrafa de vinho é uma boa companhia.” (p. 251)

Hoje "abandonei"mais um livro na minha cidade.

Publicado em 1926, foi o primeiro grande best seller do autor Ernest Hemingway.

O Sol Também se Levanta.


É um retrato fiel da famosa geração perdida.

Não há julgamentos, justificativas para os personagens, todos sofredores isolados, um grupo de expatriados inspirados nas pessoas que conviviam com Hemnigway


O estadunidense Jacob Barnes é o protagonista e narrador da história. Conhecido como Jake, ele trabalha como repórter em Paris. Jake volta impotente da guerra e acaba se apaixonando por Lady Brett Ashley, mulher de personalidade fútil, que trata os homens como simples objetos e envolve-se com vários deles, apesar de ser comprometida.

Solidão, morte, desilusão, temas que percorrem a trajetória do autor, estão brilhantemente expostas nesse livro maravilhoso, triste, e com descrições das Touradas na Espanha, uma das paixões do escritor.

Um grande festa, em que a ressaca deixa as consequências no final. A amargura de um mundo pós guerra, com todas as suas cicatrizes expostas.

Um homem impotente, uma mulher fogosa, muita bebida, muita festa e um vazio impossível de ser preenchido.

Tudo na prosa fácil e envolvente de Hemingway.

Local de desapego : Jaraguá Park Shopping





domingo, 2 de agosto de 2015

Clementine, por Rafael João

Oi gente!!

Hoje o querido e talentoso Rafael João se coloca na pele da Clementine do maravilhoso filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças"e escreve pra gente!

Vamos conferir?

Quantos nomes eu tenho? Quantas almas moram dentro meu corpo esguio? Quantos anos eu tenho? Eu me tenho? Quantos passos até o precipício? Quantas doses de vodca até eu entrar em coma alcoólico? Quantas cortes para a vida vazar até a última gota? Quantos comprimidos podem comprimir meu coração mais que essa angústia e me furtar a vida? Não, esta não é uma carta suicida. Mas quero que essa dor se cale e esse amor morra. Quero matar o amor que tenho por ti. Perdoe ser tão direta, tão ácida. É que escrever, pra mim, é como ter uma faca afiada nas mãos. Preciso ver sangrar, sentir o gosto do sangue, sentir o gosto passageiro da morte.

Eu – ou o amor – devemos ter sete vidas. Você me mata com sua indiferença. Você me mata com seu silêncio quando eu mais preciso de palavras. Você me mata com suas palavras quando eu mais preciso que você se cale. Suas palavras parecem farpas que me atingem meu peito. Unhas bem feitas, afiadas e prontas pra tentar rasgar teu peito, encontrar o que sentes. Você sempre parece estar protegido. Não há uma brecha que me permita entrada ou que te deixe vazar.  Minhas mãos estão tão vazias. Cansadas dessa espera.

Meu corpo decorou todos os teus toques. Como esqueço o que ficou esquecido em mim? O teu dedilhar escorrendo da minha face até minhas coxas. Compondo melodias. Desatando nós. Destrancando fechaduras. Meu coração pulsava conforme os teus dedos se moviam. Minha alma ia e vinha ia e vinha num pulsar urgente meu coração descompensado cantava mudo para teus ouvidos surdos. O nosso amor parece tão impossível. Estou amargando nessas noites insones. O tempo está escorrendo e meus dedos são incapazes de conter esses instantes ao teu lado. Quanto mais nossos corpos estão perto, mais nossas almas se distanciam. Estamos nos perdendo. Não, você está me perdendo. O velho clichê diz que amor rima com dor e que é impossível amar sem sentir dor. Não discordo. Mas quando a dor dói sozinha, ela se torna (quase) insuportável. O nosso amor parece mesmo não ter mais jeito. O triste do amor não é a indiferença. O triste do amor deve ser quando as lembranças caem no vão do esquecimento. Ah, como eu quero esquecer. Apagar todas as velas. Apagar cada lâmpada acesa nos quartos da minha memória. No escuro não posso mais te ver. As lembranças não podem mais me tocar. Já que não posso matar o amor, que as lembranças morram então.


O que alimenta essa dor é cada faísca de lembrança que o passado – que não passou – insiste em soprar sobre minha alma ferrada. Sinto que passei dentro de um triturador. Nem que eu arranque teus olhos eles seriam capazes de me enxergar. Deus, você não me enxerga. Eu sempre intensa e urgente. Você tão tô-nem-aí-para-suas-necessidades-bobas. As minhas cores desbotaram junto com o meu amor. O amor deve ter se cansado de mim. É, pode ser isso também. Quando o amor se cansa da gente, ele quer ir embora. E não há partida que não doa. Não há partida que não te deixe partido. Você partiu de mim, mas teu corpo continua aqui na minha cama. Estou velando teu sono e assistindo pacientemente o nosso amor agonizar. Me deixa esquecer? Ah, agora quem sou eu para julgar quem quer esquecer algo?


Meu nome não é Clementine, mas eu quero esquecer. 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

O Tempero da Vida - Por Ariane Tomelin

Oi gente!


Hoje eu convidei uma amiga super querida para falar de um filme que marcou muito a vida dela.
Estou bem curioso para conferir agora!


Pimenta aquece e queima.
Canela é doce e amarga.
Sal, precisamos de sal em nossas vidas.

Esse texto hoje vai em especial para o querido Carlos, um cinéfilo como nunca havia visto.

Em 2003 assisti a um filme que esta na minha lista dos favoritos. É difícil falar apenas em um quando se tem uma coleção de memórias. Pra quem lê muito e assiste muitos filmes se torna muito fácil viver em outros mundos. Em criar na mente personagens e dar vida a eles. 

Por isso O Tempero da Vida é assim tão especial. Pois acima de tudo ele nos trás ao presente. Esquecemos ao facilmente daqueles pequenos toques que tornam nossas vidas únicas e tão saborosas com suas lembranças.

Perdemos a poesia no dia a dia. Nas coisas simples como o ato de cozinhar. Que maior prova de amor se pode dar a alguém do que dedicar tempo e carinho ao preparar uma refeição. Segundo os gregos com os temperos podemos aproximar ou afastar as pessoas.

Fanis Iakovidis é professor de astrofísica na universidade de Atenas, na Grécia. Na infância, foi um dos milhares de turcos de origem grega convidados pelo governo a se retirarem da Turquia. Esse é o plano de fundo; um contexto político para um (pre)texto familiar. Durante todo o filme vemos mesas fartas não apenas de comida, mas de historias, amor e muito mais.

Uma historia emocionante. Que rompe as barreiras políticas. E quando o passado e o presente se encontram mostram que aquelas pequenas coisas são e serão sempre as mais essenciais. Não tenha medo de se envolver e muito menos de levar com vocês todos os toques especiais.

Lembre – se: Infância presença marcante na vida de todo adulto.

Deixe se levar por Vassilis, meio mago, dono de uma loja de condimentos. E que com o toque de cada especiaria aprendeu a desvendar os sentidos da vida.
Ariane Tomelin



“Se eu me atrasar lembre-se de olhar para as estrelas onde quer que você esteja. No céu há coisas que nós podemos ver, mas há também coisas que não podemos ver. Fale sempre sobre as coisas que outros não podem ver. As pessoas gostam de ouvir histórias sobre coisas que elas não podem ver. Com a comida é a mesma coisa. Que importa não vermos o sal se a comida está saborosa?” O Tempero da Vida


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Desapegando: O Grande Gatsby

Bom dia Pessoal!

Hoje começo o projeto Desapegando livros em Jaraguá.

Como funciona? 

Duas vezes por mês vou abandonar um livro em algum ponto da minha cidade.

E sempre postarei aqui,no mesmo dia a resenha do livro abandonado.

Escolhi um livro bem especial pra começar.

Esse exemplar achei no sebo de minha cidade há muitos anos, e como sempre ouvi falar dele, resolvi ler.

Devorei em dois dias, tamanha a curiosidade que a história me despertou

O  Grande Gatsby (1925) é considerado a obra-prima de F. Scott Fitzgerald. É um perfeito retrato dos loucos anos 20, nos quais o choque da “nova” modernidade se refletia numa juventude impactada pela guerra e pela revolução industrial.

Clássico obrigatório nas escolas americanas e um dos livros mais famosos do século XX, foi adaptado várias vezes para o cinema, a mais recente com Leonardo Di Caprio no papel titulo .

Considero o livro super bem escrito, uma delicia de saborear.

Somos apresentados a personagens frios, superficiais e vamos nos envolvendo com seus sentimentos, suas culpas e seus medos, nos prendendo na trágica história que se segue.

“... – esmagavam coisas e criaturas e depois se protegiam por trás da riqueza ou de sua vasta falta de consideração, ou o que quer que os mantivesse juntos, e deixavam os outros limparem a bagunça que eles haviam feito...” (pag. 239).



Aqui observamos o modelo do sonho americano, prosperidade, luxo, glamour, a era do jazz que marcaram os anos 20 em um pais que desejava esquecer a Guerra e todo excesso era permitido como uma celebração a nova década

Livro indicado para quem gosta de clássicos, e particularmente, adoro a critica social levantada pelo autor que permanece atual: os casamentos movidos por interesses financeiros, a futilidade de muitas pessoas de uma classe mais abastada, que vivem de festas, colunas sociais e brilho, mas são solitárias em seu dia a dia e os relacionamentos que desde o inicio, sabemos que serão superficiais, mas encaramos sem pensar nas consequências.

Adoro esses livros, em que odiamos alguns personagens e nos afeiçoamos a outros como se fossem pessoas reais. (Nojo eterno da Daisy)

Confesso que o rumo dos personagens ficou alguns dias em minha cabeça , e acho o final desse  livro , um dos trechos mais lindos da literatura que eu já li.


Sobre o autor:

Francis Scott Fitzgerald nasceu em 24 de setembro de 1896, em St. Paul, Minnesota, filho de irlandeses.
Ganhou fama após a publicação de seu primeiro livro, "Este lado do paraíso" (1920). Lançou "O grande Gatsby" em 1925. Faleceu em 21 de dezembro de 1940.
Também é autor dos livros "Belos e Malditos"(1922), "Contos da era do Jazz"(1922), "All the sad young men"(1926) e "Suave é a noite"(1934).
Viveu uma tumultuada e conhecida história de amor com Zelda Sayre, marcada pela loucura, muitas viagens e alcoolismo.


Local de desapego do livro:
Rua Marina Frutuoso, primeiro ponto de ônibus.


quarta-feira, 22 de julho de 2015

O Pop não poupa ninguém - Por Jean Marcel Peres

Oi gente!

Vamos falar um pouco de música?

Convidei o meu querido amigo Jean para falar um poquinho sobre o "Pop"

Ficou demais!

Confiram!

O Pop não poupa ninguém
 Por Jean Marcel Peres




Rock, Country, R&B, Blues, Disco, Jazz, Clássica, Gospel, Indie... São tantos estilos musicais que pode ficar difícil distinguir cada um. Mas será que eles têm alguma relação com a música Pop? A resposta certamente é: SIM! Na verdade, pode-se dizer que o Pop não é exatamente um gênero, mas uma divertida mistura de elementos dos mais variados estilos musicais.
A história da música Pop (ou popular) teve início por volta dos anos 30, antes mesmo do Rock, através do surgimento do Country e do Blues. Nesta época, estes estilos fizeram um enorme sucesso, pois eram fáceis de cantar e geralmente possuíam melodias animadas. Contudo, foi na década de 50 que o Pop realmente estourou. Com o surgimento do Rock, novos elementos foram adicionados às músicas, o que fez com que o estilo Pop ganhasse mais admiração e fizesse mais sucesso entre o público. Apesar de estar voltado ao Rock, Elvis Presley provavelmente foi um dos primeiros grandes ícones do Pop, devido ao seu grande sucesso e aos elementos utilizados em suas músicas.
Com o passar dos anos, fica perceptível a evolução da música Pop, já que esta vinha adquirindo novas formas, novas misturas e novos contextos, além de uma maior popularidade:
- Nos anos 60 começaram a surgir os ídolos dos adolescentes, como Bob Dylan, Carole King, Neil Diamond. Além disso, diversas músicas do The Beatles tiveram uma pegada Pop.
- Nos anos 70 surgiram artistas com influências mais Country, como o Eagles, o Pop Rock do Rod Stewart e ABBA, e as músicas com características Disco, como as do Bee Gees.
- Nos anos 80 surgiram dois grandes fenômenos do estilo até então denominado de Dance Pop: Michael Jackson e Madonna. Com o tamanho do seu sucesso, não é para menos que sejam considerados o "rei" e a "rainha" do Pop.
- Os anos 90 foram fortemente marcados pelas boybands e girlbands, aqueles grupos de quatro ou cinco pessoas, com músicas chiclete que não saíam da cabeça por nada. Spice Girls, New Kids On The Block e os Backstreet Boys são exemplos de sucessos desses grupos. No final dessa década também surgiram grandes nomes do mercado musical, como Britney Spears, Christina Aguilera, Jennifer Lopez e Rick Martin.
- A partir dos anos 2000 a música Pop perdeu um pouco da temática romântica e partiu para um lado mais sensual, com letras provocantes e batidas fortes. No cenário Pop dos últimos anos se destacam Lady Gaga, Katy Perry, Rihanna, Miley Cyrus, Justin Bieber entre diversos outros.
Existe uma infinidade de artistas que surgiram desde o início do Pop que fizeram um grande sucesso entre o público e, apesar de estarem diretamente ligados a outros estilos musicais, também podem ser considerados cantores Pop. Isso se dá pelo fato do Pop ser a música "popular" e possuir elementos de praticamente todos os gêneros. Até mesmo Mariah Carey já deu sua opinião sobre a música Pop, durante uma entrevista à MTV em 2014: "Para mim, Pop não é um gênero. Pop é o que é popular, em um determinado momento. Se o Hip-Hop é a grande coisa, tudo vai ser Hip-hop, e vai tocar nas rádios Pop".
Acredito que meu primeiro contato com a música Pop aconteceu no início dos anos 2000, estava no auge dos meus 10 anos ~ momento nostalgia ~.  Esperava ansiosamente pelo sábado para poder assistir o Clipmania na Band, com a Sabrina Parlatore, ou para telefonar e pedir os clipes pelo Disk MTV, sempre torcendo para que passassem os meus vídeos favoritos. Também ficava ligado com os lançamentos de CD's, pois não podia ficar sem os CD's do Malhação, os quais certamente fizeram parte da vida me muitas pessoas, com todas aquelas músicas que "bombavam" nas rádios.




Hoje, infelizmente, muitas pessoas ainda associam gêneros musicais com estereótipos. Além disso, a qualidade musical se tornou a quantidade vendida ou a posição das músicas nas paradas musicais, e não o que a música representa para as pessoas. Existem tantas músicas boas que não são sucesso, não são premiadas, mas que conseguem nos trazer tantas sensações boas, enquanto existem aquelas não tão boas que estão tocando em todos os lugares. Vendas, prêmios e sucesso não são sinônimos de qualidade musical.




É tão boa a sensação de conhecer artistas novos, independente do seu estilo. Atualmente, posso dizer que sou eclético em relação a estilos musicais e ando ouvindo muito R&B, Rock e Country, contudo, o Pop continua sendo o favorito. Ainda sinto aquela sensação boa de escutar uma música nova dos artistas que gosto, de comprar o CD e até de acompanhar a sua carreira. Na verdade, acredito que cada um tenha um pouquinho de Pop dentro de si, pois já que este não é um estilo propriamente dito, por que você não pode definir o que é o seu próprio Pop? O Pop pode ser feito por nós, pelo nosso mundo, pelos nossos sentimentos e pelo o que queremos ser. É da maneira que os Engenheiros do Hawaii já cantavam: "O papa é pop, o papa é pop! O pop não poupa ninguém".